Universidade Aberta do Audiovisual

O segmento audiovisual tem passado por intensas transformações nos últimos anos. Um dos principais fatos gerados por tais mudanças é o aumento da demanda por profissionais qualificados para atuar no processo de concepção de conteúdos audiovisuais com ênfase na produção ficcional. A lei 12.485 que arbitra sobre o funcionamento da TV paga no Brasil, destina 3,5 horas de programação semanal para conteúdos nacionais de produção independente. Esse novo cenário tem oportunizado um novo nicho de atuação profissional para os realizadores, bem como, uma importante janela para a exibição dos conteúdos produzidos no Brasil.

O projeto Universidade Aberta do Audiovisual surge a partir desse contexto, com o intuito de propiciar atividades de formação por meio de cursos livres em audiovisual nas diversas frentes de atuação do profissional em audiovisual.

Segundo os dados disponibilizados pela Agência Nacional de Cinema – ANCINE, o mercado de cinema no Brasil atingiu em 2012 o recorde histórico de R$ 1,6 bilhão e que 15,5 milhões de espectadores foram aos cinemas para ver filmes brasileiros. Embora seja um público expressivo, percentualmente representa apenas 11,9% do público total dos cinemas brasileiros, valendo ressaltar que tanto a produção quanto a exibição estão concentrados nos grandes eixos de produção da indústria cultural brasileira, com forte ênfase para a região sudeste do país.

Goiás, e por consequência Goiânia, ainda se encontram em um isolamento quando são observados dados fornecidos pela ANCINE quanto a apresentação de projetos para o Fundo Setorial do Audiovisual em 2012. Apenas 2% dos projetos apresentados são da Região Centro-Oeste, sendo que nenhum foi proposto por um realizador do estado de Goiás, contra 83,5% da Região Sudeste. Estes dados evidenciam a disparidade entre os mercados dessas duas regiões do Brasil no setor audiovisual. Isso se dá em boa medida por conta da, ainda frágil, formação dos profissionais que aqui atuam e dos diversos fatores outros que contribuem para esse desempenho incipiente, como a falta de políticas culturais consistentes de incentivo, a ausência de arranjos produtivos locais, frente a outras regiões do país.

Um forte fator motivador para o desenvolvimento de um projeto de formação profissional é a lei 12.485, ela tem propiciado um cenário promissor para os realizadores independentes no Brasil. Contudo, a ausência de uma política para a formação de autores e roteiristas de cinema ao longo dos anos agora se reflete também na TV. Neste momento em que aumenta o número de canais de televisão dispostos a exibir a produção independente, existe, por outro lado, uma barreira criativa que está travando esta prometida expansão, que é a ausência de autores e roteiristas para atender a esta demanda.

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